Deficiência ainda precisa de inclusão social
Publicado em Divulgação científica
23 de agosto de 2013
23 de agosto de 2013
Muitas são as dificuldades que pessoas com diferentes deficiências encontram em seu dia a dia. Por isso, na tentativa de informar e esclarecer algumas dúvidas, vários voluntários se propõem a ajudar essas pessoas e os obstáculos que seus familiares enfrentam.
Em 1987, a “Família Down” foi criada em busca do apoio de familiares que enfrentam a situação. A entidade auxilia a inclusão de pessoas com a síndrome na sociedade, além de dar apoio aos pais que estão esperando filho com a síndrome. Desta forma, o trabalho é realizado com o empréstimo de livros, troca de experiências e até mesmo visitas a casas e hospitais esclarecendo dúvidas sobre o assunto.
Segundo Luzia Zoline, uma das fundadoras da “Família Down”, muitos são os desafios para os portadores da síndrome. Um deles é o envelhecimento dessas pessoas. “Muitos estão vivendo mais, os pais morrem e não tem ninguém para cuidar. Já estamos vivenciando isso e precisamos de um centro de convivência para essas pessoas”, adverte Luzia.
Assim como para os portadores da síndrome de Down, há também vários tipos de dificuldades para a população surda. De acordo com a jornalista Regiane Garcêz, que também é intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e doutoranda da UFMG sobre o assunto, a principal barreira que o surdo sofre no país é a comunicacional. Segundo ela, há um despreparo dos serviços públicos. “Surdos não têm intérpretes de libras para ir ao médico, para participarem de atividades culturais e nem para usufruírem de serviços como o de banco”, explica.
Com a ideia inicial de montar um catálogo que oferecesse informações sobre serviços e comércio específicos para pessoas com deficiência em Belo Horizonte, e que fosse também um guia de lugares acessíveis (bares, restaurante, teatros), o casal Gilberto Porta e Telma Oliveira, ambos deficientes físicos, criou o Blog BH Legal. A plataforma virtual também serve como espaço para a troca de experiências, sendo hoje referência para esses públicos.
Pouco a pouco mudanças estão acontecendo e os instrumentos e tecnologias para o uso dos deficientes se modernizam, mas o fato é que muitos avanços ainda precisam ser feitos para melhorar a acessibilidade em espaços públicos e privados, como mais ônibus com elevador e cuidado com as calçadas.
Na avaliação do professor Mauro Ivan Salgado, professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, é a consciência sobre a realidade da deficiência que mais deixa a desejar. “A barreira mais difícil que existe é a barreira humana, da falta de gentileza, falta de cuidado e atenção para lidar com essas pessoas”.
Tema da semana
Na série “Inclusão”, o Saúde com Ciência aborda questões como acessibilidade e inclusão social, considerando os desafios que pessoas com algum tipo de deficiência enfrentam no dia a dia para terem seus direitos respeitados.
Comunidade cega e o ensino superior – Segunda-feira (26/08/2013)
Deficiência motora e acessibilidade – Terça-feira (27/08/2013)
Família Down – Quarta-feira (28/08/2013)
Surdos e a língua de sinais – Quinta-feira (29/08/2013)
Superação emocional – Sexta-feira (30/08/2013)
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 fm. Ele ainda é veiculado em 30 emissoras de rádio em Minas Gerais. Também é possível conferir as edições pelo site do Saúde com Ciência.
Comentários
Postar um comentário